Apresento um dos desafios missionário urbano, é o Saneamento ambiental, desde a década de noventa, popularizou-se bastante o conceito de “desenvolvimento sustentável ”como modelo emergente que nos livrará da crise civilizacional atual. Normalmente, o relacionamos à necessidade de cuidar do meio ambiente. Entretanto, é importante compreendê-lo também em termos sociais e econômicos, como foi afirmado pela Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento a ECO-92 e reafirmado pela Declaração da Cúpula Mundial
em 2002, na África do Sul, na cidade Johanesburgo. O “saneamento” é um dos desafios que se relacionam com a noção holística de sustentabilidade e que refletem processos nos quais a combinação de ausência de políticas pública e alta índices de desigualdade social produz impactos negativos sobre a saúde e o meio ambiente. Renomeado “saneamento ambiental”, o desafio se refere ao acesso à água encanada e potável, ao tratamento de esgoto sanitário, à coleta de lixo e ao tratamento de resíduos em aterros sanitários.
A situação do saneamento ambiental no Brasil é caótica e traz sérios riscos à população e à preservação do meio ambiente. Dados da ONU, do IBGE e da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento alertam que, nas regiões urbanas do país, mais de 93 milhões de pessoas não têm esgoto tratado pelas redes públicas, cerca de 83 milhões não têm acesso a rede de esgotos sanitários adequados e 36% dos distritos abastecidos recebem água sem tratamento. Dados como esses deveriam nos estimular a considerar o saneamento ambiental como um dos principais desafios missionários nas cidades brasileiras.
Em resposta ao chamado bíblico de orar e procurar o bem-estar (“shalom”) da cidade (Jr 29.7), as igrejas poderiam começar a agir de forma prática de várias maneiras: 1) incluir o tema nos encontros de oração e nos currículos de suas escolas bíblicas; 2) criar equipes missionárias para identificar no bairro os domicílios não atendidos pelos serviços públicos de água, esgoto, lixo e tratamento de resíduos; 3) promover assembléias nas quais os gestores públicos sejam convidados a explicar a ausência de equidade e justiça; 4) colaborar com mutirões de limpeza de rios e lagoas; 5) implementar um programa de educação ambiental para conscientizar a população sobre o uso responsável da água e a importância da natureza.